Resenha: Sandman – Ed. Definitiva Vol. 1 – Neil Gaiman

Antes que me encham o saco: EU COMPREI ANTES DO NEIL GAIMAN SER ACUSADO! 🙂

Eu curto muito tudo o que li do Neil Gaiman até hoje: Deuses Americanos, Mitologia Nórdica e até o não tão brilhante assim, Lugar Nenhum. O jeito dele de contar as histórias e como as mitologias encontram o mundo moderno são um prato cheio para quem gosta do mundo antigo, mas ao mesmo tempo não nega a realidade atual.

Sandman tem muito disso. A forma como todo aquele universo coexiste com o nosso é fantástica e vale muito a pena!

A história começa com Sandman sendo aprisionado por humanos, que roubam suas relíquias: um elmo, um saco de areia e um rubi. Na primeira (e melhor) metade do livro, seguimos o protagonista recuperando esses itens. O crossover dele com Constantine é MUITO legal.

Daí pra frente, o volume traz várias histórias e a falta de coesão entre elas é um pouco estranha — a mesma estranheza que a gente sentiu assistindo à temporada na Netflix, só que na TV ficou pior. Parece que Neil estava só tateando para descobrir o que fazer com o personagem.

Sandman e sua irmã morte, na adaptação da Netflix
Sandman e sua irmã morte, na adaptação da Netflix

Saber sobre a vida do autor e os escândalos sexuais em que ele se envolveu, às vezes isso tira a gente um pouco da história. Em alguns momentos onde existe uma tensão sexual mais forte, meu pensamento era sempre “Ah, Neil Gaiman, você não tem isso bem resolvido, né?”. Nada demais, mas está lá, não dá pra negar.

A arte é legal, e só. Alguns conceitos interessantes, mas nada de extraordinário. Em algumas páginas internas, alguns rostos chegam a ser bem mal desenhados aliás.

O volume também traz uns extras no final que são bem interessantes. Um pouco do roteiro, um pouco dos bastidores e também alguns concept arts. Esses sim são BEM legais.

Nota 9 / 10. Sinceramente, queria ler o volume 2, mas não sei se quero financiar nada do Neil Gaiman. Talvez um dia, se eu achar um usado baratinho.