Não é uma coisa que eu faça com muito prazer, mas reli meus posts de natal dos anos anteriores aqui no Melancia e sinceramente minha vontade foi chorar. Não que eu escreva tão mal (também não que eu escreva bem), mas pelo pouco de esperança que eu vi por ali e que, hoje em dia, é ainda menor.
Não que eu ache a vida chata nem nada parecido (baseado nos meus últimos meses, muito pelo contrário), mas essa época de final de ano já me empolgou mais. Se por um lado as pessoas são envolvidas pelo tal “espírito natalino”, por outro a certeza de que isso passa muito rápido é bem triste. No Natal todo mundo é amigo, tudo é lindo, mas no dia 26 tudo volta a ser como antes. No dia 31 a gente quer fazer tudo diferente no ano novo e na verdade são as circunstâncias que a gente encontra pelo caminho que ditam qual vai ser o próximo passo. O problema do espírito natalino é que ninguém quer mudar de verdade, no Natal as pessoas são mais tolerantes por alguns dias, só isso. E quando não estamos perto do Natal estamos indo de mal a pior, a verdade é essa.
Essa também é a época que a gente pensa no ano como um todo, época da retrospectiva. Meu 2010 foi um ano de muitas mudanças, vários momentos “Mama, oh, I don’t want to die / I sometimes wish I’d never been born at all” se alternando com momentos maravilhosos, mas acho que chego na virada do ano por cima. Reparei nas minhas manias escrevendo e uso muito a expressão “me achar”, no sentido de me encontrar. Em 2010 me achei mais que o habitual, mudei bastante algumas coisas que me incomodavam. Estou mais brincalhão, levando as coisas menos a sério e evitando assim algum problema cardíaco que quisesse aparecer muito cedo. “Deixa como tá pra ver como é que fica”, sabe?
Nessa época só não deixo de fazer uma coisa: sentir falta de quem não pode estar mais comigo. Deviam inventar um remédio pra saudade logo, mas enquanto não inventam vou torcendo pra chegar logo 2011 e deixar esse lance todo de espírito natalino só pro ano que vem. De repente estou mais otimista até lá.
Boas festas pra vocês cinco ou seis que ainda acompanham isso aqui.
Sim, foi um post de alguém que acha que a humanidade está chegando no fundo do poço e ainda está tentando cavar mais fundo. Se esperança é a última que morre, a minha está sobrevivendo com ajuda de aparelhos.