Duas semanas atrás, a estudante de direito Becca Eckersley foi brutalmente assassinada em uma dessas casas. Filha de um poderoso advogado, Becca estava no auge de sua vida. Atraída instintivamente pela notícia, a repórter Kelsey Castle vai até a cidade para investigar o caso. …E logo se estabelece uma conexão íntima quando um vivo caminha nas mesmas pegadas dos mortos.
Quanto mais o tempo passa, mais eu acho esse livro uma porcaria. Essa resenha contém spoilers. Não que faça muita diferença…
O autor estabelece duas linhas narrativas: a de Becca, que começa com o assassinato, volta 14 meses e vem vindo de volta para o assassinato, e a de Kelsey, que começa logo depois do ocorrido e avança no tempo presente. Uma ideia interessante que funciona razoavelmente bem.
Becca faz parte de um grupo de 4 amigos: ela, Gail, Brad e Jack. Todos superamigos, mas:
- Brad acha que Becca o ama;
- Becca e Jack namoram escondidos há meses sem contar para os outros dois.
Brad descobre, surta e, lá pelas tantas, tenta o suicídio. O autor foi malandrílson nessa parte e, enquanto lê, você acha que ele conseguiu, mas no fim ele sobreviveu.
Além disso, Becca tem relacionamentos mal acabados com um professor casado da universidade e com um ex-colega do colégio.
Pra gente já resolver a questão: Brad é o assassino.
Kelsey é uma jornalista, também vítima de um estupro, que tem que escrever uma matéria sobre o caso. O delegado da cidade foi misteriosamente substituído, mas ajuda Kelsey clandestinamente, bem como o médico da cidade — pelo visto ser jornalista nunca foi tão fácil. Ah, ela também vira melhor amiga da gerente do café local.
A polícia estadual, encarregada em desvendar o crime, está claramente despistando tudo, tornando públicos documentos só meio verdadeiros. Quando Kelsey começa a fazer progresso, ela tem que fugir da polícia, mas com sua gangue de amigos tudo é possível.
Pois bem, Kelsey descobre que foi Brad, mas esse já se matou há tempos. Fim da história.
As ideias do livro, de modo geral, não funcionam bem. O fato das duas personagens principais serem vítimas de um estupro é mal aproveitado, a coincidência absurda do marido de Becca ter morrido em um acidente de avião no mesmo dia que ela é risível e o morreu-não-morreu do assassino eu nem sei descrever. O fato de Becca deixar um rastro de relacionamentos mal acabados só serve para despistar o leitor e não ajuda em nada na construção da personagem.
Uma pena ver um livro de assassinato como best-seller e se deparar com uma decepção desse tamanho.
Nota 2,5 / 5.