Segundo um banner na fachada do McDonald’s do Batel, bairro referência aqui de Curitiba, a loja está fazendo 25 anos, ou seja, vem vendendo brinquedos, sonhos e artérias entupidas desde 1990. Fiz uma pesquisa rápida e o primeiro restaurante da rede no Brasil foi fundado em 1979, em Copacabana. Informação (inútil) que só a internet poderia me dar.
Nosso estilo de vida se alterou tanto em tão pouco tempo que não nos damos conta de como tudo era tão diferente. Esquecemos do tempo onde ter TV por assinatura era coisa de classe A+++, onde era preciso levantar mais cedo e puxar o afogador do carro, onde não existia uma Igreja Universal e um McDonald’s em cada esquina, onde tínhamos que procurar em revistas velhas figuras para recortar ou copiar nas folhas de almaço algum texto da Conhecer que a professora tinha pedido. Não adianta negar, Galileu tinha razão.
Da era do rádio até a era Whatsapp, passando por máquinas de escrever, controles remotos, disquetes, modems barulhentos, kits multimídia e procurar alguma coisa no Cadê, hoje vivemos em um filme de ficção científica. Antes tínhamos que comprar ações das empresas de telefonia para termos uma linha fixa em casa e daqui a pouco estaremos nos comunicando através dos nossos relógios de pulso. Mais um pouco e estaremos substituindo as balas do troco por celulares e tablets, todos com acesso 5g.
Quero dizer que toda mudança traz prós e contras. Problemas foram solucionados, novos surgiram, resolvemos estes, voltaram aqueles e assim seguimos. Uma coisa pelo menos foi modificada enormemente: o acesso à informação. Não precisamos procurar mais nada na Barça do nosso primo rico, temos Google, Wikipedia e sites aos milhões com tudo o que se pode imaginar. Tudo. Mesmo.
O mundo até se tornou um lugar mais estressado, com um senso de urgência por vezes esmagador, mas pelo menos entre tantas Cocas e McDonald’s podemos acessar informações sobre meios de viver de um jeito mais saudável. É só procurar pela coisa certa.