Waterloo - Bernard Cornwell

Resenha: Waterloo – Bernard Cornwell

A melhor não ficção que eu li esse ano! BAITA presente para quem gosta de história e de guerras.

O nome na capa é Waterloo: A história de quatro dias, três exércitos e três batalhas. O confronto que deteve Napoleão. O livro começa um pouco antes, da fuga de Napoleão da ilha de Elba (onde foi exilado depois de perder as batalhas na Rússia) e vai até um pouco depois da batalha de Waterloo, a última travada pelo imperador francês. Tudo isso acontece em 1815.

Apesar de ser do Cornwell, o livro NÃO é ficção. E isso é ótimo. Cornwell sabe como descrever tudo sem ser chatão, além de explicar os conceitos básicos sem se alongar demais. Ele transita entre descrições e cartas ou relatos históricos com uma fluidez que é rara. Se bem me lembro, o livro não tem nota de rodapé!

Se você não gosta de estratégia militar, o livro pode não ser para você. Não precisa saber nada, mas é preciso gostar. Eu não sabia o que era uma linha e uma coluna (ele explica no livro), mas curto demais o assunto, então quanto mais eu lia, mas eu queria que ele continuasse.

Uma linha britânica invariavelmente derrotava uma coluna francesa […] Mas a linha era terrivelmente vulnerável à cavalaria. Se os cavaleiros conseguiam chegar ao flanco aberto da linha, rapidamente a reduziam a uma multidão em pânico, mas se o batalhão tivesse formado quadrado, então era a cavalaria que ficava vulnerável. Esse era o mortal jogo de pedra, papel e tesoura.

É preciso ter um bom senso de localização. Napoleão vinha do sul (França) para enfrentar o duque de Wellington e o marechal Blücher, que vinham do norte (Países Baixos, atual Bélgica). Cornwell então varia entre usar, por exemplo, “à direita de Wellington”, “esquerda de Napoleão” e simplesmente “leste”. Não é nada de outro mundo, mas você precisa prestar atenção para não se perder.

Li no Kindle, e os mapas são um pouco difíceis de seguir. Infelizmente, o Kindle ainda não é bom para figuras. Até dá pra dar zoom, navegar um pouco, mas ainda é complicado. Não se perde muito da experiência (o Cornwell explica tudo do mapa ao longo do capítulo), mas se você ainda fica entre o Kindle e o livro físico, talvez essa parte seja uma vantagem pra versão em papel.

Cornwell é inglês, mas tenta ser imparcial. Assim, preciso dizer que eu nem conhecia o Duque de Wellington, mas acabei o livro gostando demais do cara. Parte disso, é claro, são as leves puxadas de saco que o Cornwell dá no duque, mas fazer o que né? Ele derrotou Napoleão!

Podia ser bastante espirituoso; muito depois do fim das guerras, alguns oficiais franceses viraram-lhe ostensivamente as costas em Paris, e uma mulher se desculpou pela grosseria. “Não se preocupe, madame”, disse o duque, “já os vi pelas costas antes.”

Evite ver vídeos sobre o assunto no YouTube antes de terminar o livro. Cada um é cada um, mas eu caí na besteira de ver um vídeo que descrevia a batalha em detalhes e o livro perdeu um pouquinho da graça depois disso. Se você também é assim, espere para assistir aos vídeos depois, só pra relembrar!

Resumindo, é 5 de 5 com toda certeza, recomendo demais.