Comprei esse encadernado no site da Mythos, no mesmo pedido em que aproveitei aquelas promoções anteriores, mas dessa vez paguei o preço cheio. E… não me arrependi nem um pouco. Tanto a arte quanto o roteiro do Mike Mignola estão em altíssimo nível, prendendo a atenção do começo ao fim. É o tipo de HQ que a gente lê devagar só pra durar mais.

Aqui vão minhas impressões sobre cada história:
A Mão Direita da Perdição
História curtinha, mas muito boa. Serve quase como uma vinheta, mas já dá aquele gostinho da mitologia mais profunda que o Mignola desenvolve ao longo da série. A ambientação sombria e o tom meio fatalista estão todos aqui em poucas páginas.
A Caixa do Mal
Bem maior que a anterior e igualmente excelente. Essa história traz o Abe Sapien em destaque (gosto muito dele desde os filmes), e o clima de investigação sobrenatural à moda antiga está afiado. Tem humor, ação, esoterismo e aquele final que te deixa pensando.
Ser Humano
A arte aqui é de Richard Corben, muito boa por sinal. Engraçado como a arte dele é diferente, mas extremamente complementar a do Mignola. O personagem Roger é muito interessante e o pano de fundo com razões familiares é excelente.

O Verme Vencedor
Visualmente incrível e com uma pegada mais épica. A história talvez pudesse ser um pouquinho mais enxuta, mas ainda assim é muito boa. Traz uma vibe mais pulp sci-fi misturada com horror cósmico, e tem momentos memoráveis.
O Terceiro Desejo
Mais uma daquelas histórias curtas e potentes. O cenário submarino é deslumbrante e a ideia do prego cravado no chifre do Hellboy é genial, tanto visual quanto simbolicamente. Uma fábula sombria com sabor mitológico.

A Ilha
Talvez a história mais importante em termos de mitologia do Hellboy até aqui. Revelações grandiosas sobre a origem da sua mão direita, o papel dele no mundo e conexões cósmicas que fazem a cabeça girar. É densa, mas vale cada página.
Mar Silencioso
A arte aqui é do Gary Gianni, e ela é simplesmente deslumbrante. Tem uma elegância clássica que se encaixa perfeitamente no tom da história. A narrativa é boa, com aquele clima de melancolia e estranheza que a gente já espera de um bom Hellboy.

Resumo da ópera: Apesar de não ter lido o primeiro volume, esse segundo volume funciona muito bem sozinho é um quadrinho sobrenatural excelente. Mignola acerta em cheio no roteiro, e a diversidade de artistas convidados dá um charme especial ao volume. A edição da Mythos, aliás, está muito bem cuidada. Valeu cada centavo.
Nota 9 / 10. Se você está pensando em começar a coleção Omnibus, esse volume mostra por que o Hellboy é tão cultuado até hoje. Recomendo sem reservas.