“Misto-Quente” de Charles Bukowski

Misto-quente conta a história de um alemão de origem pobre que foi morar nos Estados Unidos ainda criança, na época da Depressão e das Grandes Guerras. Com pais problemáticos e muito sem grana, Henry Junior é uma criança excluída socialmente no lugar onde estuda e acaba se tornando um jovem mal-humorado e demasiadamente brigão.

A capa do livro. São 317 páginas em formato brochura, editado pela L&PM

Fazia tempo que eu não lia um livro tão rápido. Comprei num domingo e terminei na segunda-feira. O ritmo é perfeito. Misto-quente é rápido, direto e de leitura leve, mas com um problema para os mais puristas: tem muitos palavrões. Em algumas partes confesso que gargalhei, por outro lado em outras fiquei extremamente tenso. O autor passa uma realidade que envolve, então você acaba vivendo um pouco da história do personagem. Mesmo sendo uma realidade dura e, desculpem o pleonasmo, muito real, o bom gosto do autor e a objetividade fazem com que a coisa não fique carregada, você lê sem sentir.

Ouvi falar do autor, Charles Bukowski, já há algum tempo. A história de vida dele parece um pouco a do personagem central do livro: alemão, Estados Unidos, pobre, excluído, problemas com bebida, ou seja, o tipo de autor diferente que eu curto.

Tive que procurar o livro em vários lugares, parecia esgotado em todo canto – aliás, um pequeno comentário: a Saraiva Mega Store do Rio Sul deveria sentir vergonha pela falta de livros bons. Procurei na internet e também não encontrei. Fui na Nobel do Shopping Iguatemi e tinha UM. Hoje entrei no submarino e vi que eles já tem de novo o livro e que ele está em promoção, bem barato por sinal.

Recomendo demais a leitura. Dinheiro muito bem investido, pra quem curte esse tipo de autor ou pra quem quer ler alguma coisa real, mas ao mesmo tempo bem divertida.