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Leitor digital (e-reader) x Livros de papel

Em 2007, quando se começou a falar em Kindle, confesso que torci o nariz. Pensava que era impossível ser confortável passar mais momentos olhando uma tela e que bom mesmo era sentir a textura da folha, o peso do livro e etc. Reações comuns de quem vê ameaçado algo que está muito bom do jeito que está. Um tempo depois quis voltar a ler quadrinhos e, como todo mundo lia no tablet e eu não tinha um, comprei na China um aparelho que servia pra isso. Não serviu – a memória baixa tornava lenta demais a dinâmica de navegar pelas imagens -, mas eu ia viajar, o livro que eu estava lendo era pesado e acabei colocando uma cópia digital dele no aparelho. Foi minha salvação. Eu me rendia às vantagens dos leitores eletrônicos.

Peso do livro e Espaço físico

A Guerra dos Tronos – As Crônicas de Gelo e Fogo, o primeiro livro da série de George R. R Martin, tem 592 páginas e pesa mais de 900g. Pessoas como eu, que costumam ler antes de dormir, ficam sem posição confortável para segurar o livro e, além disso, quem costuma ler no ônibus tem que carregar esse peso na mochila. Para carregar os seis livros seria preciso um carrinho. No leitor digital não faz diferença.

O espaço nas nossas casas também é cada vez menor e como minha vontade é comprar pelo menos um livro toda vez que vou em uma livraria…

Jeitinho pra fazer os livros ainda caberem em casa
Jeitinho pra fazer os livros ainda caberem em casa

Luminosidade

Embora minha esposa também seja fã de leitura, nem sempre lemos ao mesmo tempo. Para livros de papel costumo usar uma luminária em forma de grampo, já que o abajur ilumina demais, mas no leitor digital não preciso me preocupar. A iluminação do modelo que eu tenho é forte demais, mas nos mais modernos a regulagem é excelente.

Luz quebra-galho
Luz quebra-galho

Acervo grátis

Obras em domínio público são facilmente encontradas na internet. Você baixa, coloca no seu aparelho e já sai lendo (em alguns aparelhos é possível baixar direto nele). Vendo o site da Biblioteca de São Paulo dá pra ter uma ideia da quantidade de obras disponíveis.

A maior parte das obras mais recentes também são disponibilizadas online, às vezes até com preços reduzidos. E, como estamos falando de internet, também é possível baixar de graça algumas coisas que normalmente seriam pagas, vocês sabem como é.

Leitores digitais em aparelhos diferentes

A leitura em tela pode ser dividida em dois segmentos: o de aparelhos próprios pra isso como Alfa, Kindle, Lev e Kobo e o de aparelhos compartilhados como smartphones e tablets.

Do que vi dos aparelhos próprios vendidos nas livrarias do Brasil não gostei muito. É tudo meio lento e travado, embora a iluminação seja levemente mais confortável, o processo de compra de livros pareça mais intuitivo e ele tenha ferramentas de marcação, anotações e dicionários. Para quem tem facilidade de baixar arquivos e transferir entre aparelhos, recomendo um leitor vindo da China como o meu. Cabe um zilhão de livros, a bateria dura muito e é bem leve. Se você compra muitos livros ele se paga rapidamente.

leitores-eletronicos
Hoje em dia tem pra todos os gostos e bolsos

Embora eu goste de ler notícias no smartphones, ler livros me parece meio contraproducente porque a tela é pequena demais, mas nunca tentei. No tablet a experiência é maravilhosa. A maioria dos apps permite um esquema de cor confortável como fundo preto e letra branca para descansar os olhos, por exemplo, nem o peso nem o tamanho incomodam e as ferramentas de marcação, anotações e etc. também estão ali à mão. Se não souber qual app instalar recomendo o Aldiko, em breve faço um post só sobre ele.

Conclusão

Fazemos algumas coisas por puro hábito. Se você gosta de ler acredite: você gosta de boas histórias, daquela forma de comunicação e não da textura do papel. Se fosse uma questão de textura qualquer livro bem impresso seria bom. Arrisque e diga aí nos comentários o que achou da experiência.